segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

MEA CULPA DE FHC

O reconhecimento pelo FHC do filho que escondeu de D. Rute Cardoso e do povão é uma tentativa, tardia, de tentar melhorar a biografia do homem fhc. Já a biografia política, que se confunde com a do serra, não tem solução. Passarão à história por terem quebrado o Brasil 4 vezes em 8 anos; aumentado a dívida pública de 80 para 880 bilhões ; praticado juros de até 47% ; dar 55 bilhões aos bancos no PROER ; evitar a CPI do Bancos que iria apurar isso; criar a Emenda 20/98 da Previdência e o Fator Previdenciário que tungaram milhões de aposentados que ganham acima de um salário mínimo, e por ter chamado os aposentados de vagabundos. Esses trechos da biografia política do neoliberal fhc, e seus fiel escudeiro serra, jamais será deletada na memória dos brasileiros politizados. A era fhc/serra foi um desastre cujas proporções causaram um retrocesso de 80 anos em 8 de desgoverno!

O que causa espécie é o carnaval que os opositores fizeram com a filha do Lula, com o(a) filho(a) de Renan Calheiros e a Globo escondendo a mãe do filho de FHC no exterior. É esse tipo de hipocrisia que FHC exercitou por toda sua vida política e continua exercitando. Como ele mesmo diria: - Assim não dá...assim não pode...

Homem de Palavra - A imagem fala por sí

terça-feira, 10 de novembro de 2009

TEM "DADO EM CASA"?

(Saiu na Piauí 14, de novembro de 2007, de Marcos Caetano. Vale a pena ler!)
Meu nome é José Maria Palhares e sou funcionário público. Apesar da péssima imagem da minha categoria, algo que considero bastante compreensível, asseguro que toda a minha vida profissional foi dedicada ao bom andamento das coisas do Estado. Jamais lancei mão de licenças remuneradas, cumpro prazos e horários e sou absolutamente incorruptível. Com tantas virtudes, desnecessário dizer que minha carreira de servidor foi um gargalhante fracasso. Fracassei profissionalmente, mas a maior derrocada da vida deste rábula de códigos contábeis e demonstrações financeiras é o fetiche da inconveniência.
Tudo começou quando eu ainda era menino e um colega gaiato perguntou se eu conhecia o Mário. “Que Mário?”"balbuciei, sem refletir. A tréplica do garoto todo mundo sabe qual foi. Senti naquele momento um misto de humilhação e júbilo. Humilhação por conta das gargalhadas dos colegas ao redor, júbilo devido à descoberta de uma nova forma de humor – o humor que precisa de uma alma inocente para servir-lhe de alavanca. A partir dali, ao Mário somaram-se o Sunda, seu irmão Birunda, o Lôcha e o Cartola. E até personagens mais sofisticados, como Caio de Brussus e Jaime Destes.
O tempo passou e meus amigos foram abandonando essas brincadeiras para cuidar de coisas mais elevadas. O engraçadinho que me perguntou pelo Mário, por exemplo, virou pastor evangélico. Todos se tornaram gente séria – e, de certa forma, eu também. Fiz concurso público e me tornei auditor. Pode haver profissão mais vetusta? Ao contrário dos demais, no entanto, continuei brincando com rimas e trocadilhos indecentes. Tornei-me dependente dessas coisas, um verdadeiro estudioso da patifaria de duplo sentido. Quanto mais séria a situação, maior minha compulsão por fazer uma piadinha quase secreta, só entendida por quem se acostumou a ouví-la na infância.
Não suporto ouvir palavrões e muito menos dizê-los. Sou um homem de princípios. Por isso, admiro tanto a arte dos trocadilhos fonéticos. Através deles, é possível dizer as maiores barbaridades sem que ninguém possa me acusar de nada. Toda criança sabe como fazer isso. Os adultos já esqueceram. Eu não. E foi assim que, poucas semanas depois de ter passado no concurso, justo quando o presidente da República decidiu visitar a repartição, em pleno governo militar, eu me saí com esta: “Sou ótimo cozinheiro, Vossa Excelência. Se eu cozinho, todo mundo come”. O general não percebeu. Aliás, acho que ninguém percebeu, salvo o garçom, que se engasgou com a dentadura e teve que receber atendimento.
A partir daquele episódio, minha fama se estabeleceu. Tornei-me uma figura popular. Apesar do ar de coroinha, era convidado a participar de todas as rodas de cafezinho do prédio do ministério. Como construí minha lenda a partir de um trocadilho culinário, naquelas primeiras semanas decidi concentrar minha verve no mesmo campo. “Você gosta de laranja? Se eu te der um saco, você chupa?” – gargalhadas mil. E eu me empolgava: “Você gosta de frango? Então espere o meu pinto crescer”. Passava o chefe de pessoal e eu atacava: “Se eu fizer um churrasco, com 10 quilos de carne dá pra vinte comer?” Quando o alvo era de patente superior, discrição: “O senhor gosta de verdura?” Uma pausa, uma divisão silábica, um circunflexo jogado onde não deve, qualquer sutileza é suficiente para transformar uma frase banal numa infâmia. Minhas frases, para permanecer nas metáforas culinárias, são como quadros do Arcimboldo: você vê um monte de legumes, mas a imagem que permanece é a de um rosto.
“Minha amiga Paula é muambeira. O que você quiser, Paula traz.” Vejam que beleza, que complexidade, que humor elaborado. “Qual o aumentativo de dacueba? E de pirueba?”; “Você anda de carro ou só caminha?”; “Me ajuda a a vender camisetas? Você vende quatro, eu te dou uma”; “Quer trocar uma calça nova por duas furadas na bunda?”; e “Você gosta de café de máquina ou acha que no coador é melhor?”; “Quanto você acha que eu peso, por cima?” – perguntas assim, feitas com muito jeito e, fundamental, apenas na situação precisa, não escandalizam ninguém. Ninguém: porque se a pessoa não passsou a infância no subúrbio, sequer percebe. E, se passou, morre de rir.
Poderia escrever um verdadeiro tratado sobre o tema e, com efeito, dia destes pretendo levar a cabo tal empreitada. Penso em catalogar os trocadilhos por assunto, como, por exemplo, animais:
“Cavalo no sol na bunda sua?”; “Jacaré no seco anda”; “Elefante no seco atola?”; “Em caminho de paca, tatu caminha dentro?”; e “Cachorro de várzea late em terra firme?” são exemplos consagrados.
As situações podem ser mais elaboradas. Exemplos: “Outro dia fui cozinhar um ovo e saiu um pinto de dentro. Imagina se eu cozinho com o pinto dentro!” e “Se você tivesse um cachorrinho chamado Nabunda, estivesse passeando de canoa com ele e a canoa começasse a afundar, você levava Nabunda ou deixava Nabunda?” “Nabunda nada” seria a resposta de um verdadeiro iniciado para essa charada. Gosto bastante desta outra, quase um romance: “Um índio está sentado na floresta e outro no asfalto. Qual deles tem terra na bunda?”
Quando alguém é um mestre na minha arte, é capaz de lançar dezenas de sinais de fumaça durante um simples almoço com a rapariga pretendida. Se a moça tiver um mínimo de astúcia, entenderá suas intenções:
“Você topa almoçar depois da uma?”; “Bonita sua camisa. Linho fio grosso?”; “Nesse calor, como sua a bunda, né?”; “Preciso abastecer o carro. Aqui na sua redondeza você tem posto atrás?”; “Vamos rachar a conta? Mil meu com mil teu … “; “Tem cartão pra me dar? Não? Então me dá sem cartão mesmo … “. Se a rapariga não entender, desista.
Algumas de minhas frases ninguém, absolutamente ninguém, percebe. Vejam este primor, que costumo dizer para toda e qualquer alma que adentre a repartição: “Você chegou há pouco de fora?” Ou esta, em meio a uma séria discussão: “Você é calmo pela frente, mas todo estourado por trás, bicho!” E ainda esta: “Depois da garrafa de 2 litros, a Coca-Cola vai lançar o litraço de quatro”. As minhas favoritas, as obras-primas, são aquelas frases minimalistas, inocentes como uma cambaxirra, que podem ser usadas até no confessionário, ou endereçadas a alguém no leito de morte, sem risco: “Tudo bem por aí?” e “Desculpe por tudo”. Há quem goste dos contos – de Guimarães Rosa. Eu prefiro outro tipo de ourivesaria de palavras.
Sei que muitos leitores não enxergarão qualquer coisa além de vulgaridade no meu texto. Mas tenho a esperança de que uns poucos sejam capazes de perceber a verdadeira façanha que é cobrir uma página de toda sorte de pornografia sem lançar mão de um mísero palavrão. Acho que isso é arte. E aproveito para perguntar:
“Tem culpa eu?”

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Aos amigos

Meus caros!

Rendo-me à tecnologia e passo a disponibilizar esse espaço para trocarmos idéias e para disponibilizar informações e matérias que me interessam! Fiquem à vontade para postar.

Em breve prepararei a primeira postagem com algo que eu considere que deva ser compatilhado.

Abraços

Antonio Carlos